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[Rio de Janeiro-RJ] Estudantes e professores do colégio e. Ciep 339 protestam em frente à contra desmonte da educação

[Rio de Janeiro-RJ] Estudantes e professores do colégio e. Ciep 339 protestam em frente à contra desmonte da educação

Março 04, 2018 - 00:33
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Um projeto de desmonte da educação pública é imposto à sociedade civil. Vemos isso ano após ano independente do governo que o propõe. A comunidade escolar do colégio Mario Tamborindeguy é mais um exemplo de como está se dando esse projeto neoliberal de desmonte do ensino público.

Os professores e estudantes têm relatado com frequência esses descasos que são uma projeção da SEEDUC(Secretaria Estadual de educação) em conjunto com a diretoria, à serviço da instituição. Relatos dos mais diversos, como assédio em forma de vigilância aos docentes colocando uma câmera em suas salas de reunião; interferência em cima do processo de criação de grêmio livre; repressão à manifestações estudantis, inclusive acionando a polícia militar, entre outras medidas autoritárias.

No dia 01/03 estudantes e professores da unidade foram à sede da SEEDUC para protestar contra essas investidas e outras que afetam todas as outras unidades estaduais como o projeto de "otimização escolar" e reivindicando por 1/3 de planejamento. A comunidade escolar gritava "Fora Annelize!" "Fora Rosenilde", membras da chapa diretora que a partir de 2016 atuavam por ser chapa única e não ter havido eleição no ano em que a conquista de eleição de diretores foi alcançada.

A continuidade dessa gestão ameaça a democracia na unidade. Segue abaixo Manifesto de alunos e professores sobre o caso.

 

"Manifesto Unificado do Ciep 339 Mário Tamborindeguy

 O que querem professores, estudantes e  funcionários do Mário Tamborindeguy?

 A luta da comunidade escolar, que vem ganhando corpo desde o ano passado, não se restringe somente à luta contra a atual direção da unidade. A nossa luta é em defesa de nossa escola, mas não somente: é uma luta em defesa da educação pública, em defesa de melhores condições de trabalho para os educadores, bem como de melhores condições de ensino e aprendizagem para os estudantes.

 É inegável que o quadro da educação pública em nosso estado é alarmante e que o descaso e abandono têm se intensificado nos últimos anos.  Ao acabar com diversos contratos com empresas terceirizadas para limpeza e portaria, o estado gerou o caos nas escolas públicas. 

 Como se não bastasse esse cenário de “crise” com falta de professores e fechamento de escolas, torna-se inadmissível o que a atual gestão de nossa unidade escolar, representada pelas diretoras Annelize e Rosenilde, vem fazendo, agravando ainda mais essas mazelas e praticamente destruindo ainda mais o nosso querido CIEP.

 Desde o ano passado, foram mais de dez servidores que abandonaram a unidade em virtude do sistemático assédio moral que a atual direção vem praticando. Desse modo, nossa escola tornou-se um lugar inseguro, pois não temos mais funcionários como, por exemplo, agentes de leitura, inspetores de turno, auxiliares de secretaria, agentes de pessoal, entre outros.

 No último ano, houve uma intensa repressão à livre organização dos estudantes, com alunos coagidos na sala da direção, ameaçados de serem expulsos por se organizarem. Toda essa repressão culminou com um grande ato no final do ano que criticou de modo incisivo a atual gestão. Numa tentativa de conter a manifestação, a diretora, de forma irresponsável, acionou a polícia militar que, ao chegar à unidade escolar, encontrou jovens munidos apenas de megafone e panfletos.

 Essa atitude foi um claro ataque ao direito de manifestação e ainda colocou a vida da comunidade escolar em risco, uma vez que a denúncia dizia que os discentes estavam depredando a escola. Nossa escola fica praticamente dentro da comunidade Para-Pedro, uma das tantas favelas que é vítima da violência urbana no Rio de Janeiro. Não queremos de forma alguma que a história de Maria Eduarda, a menina morta dentro de uma escola em Acari, venha a se repetir.

 Neste ano, quando a comunidade escolar tinha esperanças de que tudo poderia ser diferente, a atual gestão, em retaliação aos professores, apresentou um quadro de horário organizado de forma incoerente, no qual cerca de 15 (quinze) professores teriam de sair da unidade e os demais trabalhariam mais 1 (um) dia na escola (muitos professores trabalham em diversas escolas, em virtude dos baixíssimos salários), inviabilizando a possibilidade de assumirem outras fontes de renda ou outras matrículas. É desumano esse tipo de atitude tendo em vista que os professores da rede estadual estão há 4 (quatro) anos sem reajuste.

 Por parte dos estudantes, essa modificação foi logo sentida, pois afeta o pedagógico ao deixar turmas em tempo vago, havendo professor disponível na escola que está de “janela” ou não foi alocado no quadro de horário. Assim, muitas turmas ficam ociosas, o que desmotiva o aluno. 

 No caso da disciplina espanhol, a situação ainda é mais grave. Ficou evidente a retaliação aos professores desse idioma ao não serem abertas turmas na disciplina este ano. Uma manobra para tirá-los da unidade, uma vez que esses professores mostraram-se muito críticos à atual gestão ao longo do ano passado.

 No entanto, apesar de não ter uma direção democrática, de não ter funcionários, de não ter segurança, nossos alunos e professores têm muita dignidade e força para lutar. Nas últimas semanas fizemos aulões no pátio sobre os problemas da educação pública e de nossa escola, fomos à Regional Metropolitana III da SEEDUC e fizemos também uma linda manifestação em frente à Secretaria de Educação no Santo Cristo. Soma-se à nossa voz as constantes manifestações estudantis que "pipocam" no ambiente escolar. Por outro lado, infelizmente, nenhuma instância consegue avançar para atender nossas pautas. 

 Exigimos:

 - Nenhum aluno sem professor, nenhum professor sem turmas;

 - Feitura de um quadro de horário que contemple docentes e discentes;

 - Abertura imediata das turmas de língua espanhola para os alunos interessados;

 - Fim do assédio moral na unidade;

 - Transparência nas contas da escola para toda a comunidade escolar;

 - Convocação imediata de coordenadores pedagógicos e inspetores de turno.

 Nem um passo atrás! Escola pública é lugar de democracia!"

Manifesto e imagens retirados da página do facebook Coletivo Sindicalismo Revolucionário - CSR

Outra fonte sobre: http://www.tribunadaimprensasindical.com/2017/11/denuncia-estudantes-gri...

Vídeo de manifestação dentro da escola contra a diretora principal da unidade: https://www.facebook.com/CSindicalismoRevolucionario/videos/794075237452...

There are 2 Comments

Nao sei se a desinfeccao da educacao com a retirada dos rancos ideologicos significa um desmonte. Educacao e uma coisa, ideologia e outra. Promeiro deve-se educar bem os estudantes e, quando estiverem preparados para nao serem massa de manobra dos inescrupulosos, eles terao a capacidade de dicernimento e serao capazes de optar pelo melhor para si.

Antes fosse tão simples quanto tentam fazer a gente acreditar. Não há educação que seja neutra de fato. Projetos como Escola Sem Partido têm por finalidade reprimir todo método educativo que analise de forma crítica o status quo da sociedade. Esse projeto, por exemplo, não censura a ideologia da classe dominante.

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