Rio de Janeiro-RJ: batalha contra a privatização da CEDAE
Nesta quinta-feira, 09 de fevereiro, ocorreu mais um ato dos servidores com concentração na Alerj, desta vez convocado contra o Projeto de Lei nº 2.345/17, um dos itens que compõe o pacote de ajuste fiscal apelidado popularmente de "pacote de maldades do Pezão", e que prevê a venda da CEDAE (Companhia Estadual de Águas e Esgotos).
O Projeto começou a ser discutido na terça-feira, dia 7, mas devido à grandes manifestações compostas por funcionárias/os da CEDAE, estudantes, professoras/es e trabalhadoras/es de diversas outras categorias, foi adiado para esta quinta-feira.
Pela tarde o choque começou a agir em frente à Assembleia Legislativa contra manifestantes, o que se estendeu pela Rua da Assembleia, onde manifestantes organizavam a defesa do ato. Seguiu-se uma perseguição pelo centro sob rajadas de bomba de efeito moral e gás lacrimogênio. Manifestantes conseguiram se rearticular na ALERJ com o objetivo de permanecer e tensionar para o barramento do projeto, uma vez que a votação começaria apenas às 19 horas.
Entre os ataques, manifestantes armaram barricadas e organizaram o contra-ataque que se espalhou pelo centro. Além das ruas, policiais da tropa de choque também atiravam em manifestantes e transeuntes do alto de edifícios.
Servidoras/es, professoras/es, estudantes, aposentadas/os e outras/os andavam pelas ruas cobrindo seus rostos com camisa e criticando a truculência policial. Manifestantes revoltadas/os quebravam agências de banco gritando palavras de ordem contra as instituições bancárias e seus lucros mesmo em momentos de crise e de ataque aos direitos trabalhistas.
Barricadas foram armadas para impedir o avanço do choque em alguns pontos do centro e, em diversos momentos, manifestantes conseguiram colocar a tropa de choque para correr sob chuva de pedras, fogos de artifício e molotovs.
Em muitos momentos a tropa de choque se mostrou despreparada, utilizando força desproporcional e agindo hostilmente com todas/os, sem restrições. Houve relatos disparos efetuados por policiais à paisana que tentavam fugir pelas vielas do centro.
Foram incontáveis feridos e atingidos pelas balas de borracha e pelas bombas. Relatos de tiros com munição letal por parte da polícia foram frequentes e projéteis de balas foram encontradas pelo chão. Um estudante secundarista foi atingido e teve o intestino perfurado, sendo levado às pressas para o Hospital Municipal Souza Aguiar, onde passou por uma cirurgia e encontra-se fora de risco.
Os servidores conseguiram se reagrupar novamente em frente à ALERJ, onde permaneceram até o horário do início da votação do Projeto.