São Paulo: Cobertura do Ato em Defesa do Passe Estudantil - 18/07/2017
No último dia 18/07 aconteceu o Segundo Ato em defesa do passe livre estudantil convocado pelos/as Secundaristas em Luta de São Paulo, a manifestação teve concentração na Praça do Ciclista, na Av. Paulista as 17h e cenas de violência da Polícia Militar e seguranças do Metrô SP.
Por volta das 19h o Ato saiu sentido Paraíso, cerca de mil estudantes enfrentaram um frio de 8C para lutar pela permanência do passe estudantil, que será cortado pelo Prefeito João Dória no próximo dia 01/08.
O passe estudantil hoje, permite que o/a estudante de colégios públicos, alguns cursos técnicos e universitários de baixa renda pegue até 8 ônibus e dois metrôs/trem no período de 24h, com o corte o período foi alterado para 2h, onde é possível pegar até 4 conduções, o que impossibilita que o estudante tenha acesso à outras atividades extra curriculares, culturais que possam complementar sua formação.
O Ato seguiu até o MASP, onde encontrou o ato das entidades estudantis seguindo para a Av. Nove de Julho, sentido Prefeitura.
A PM vinha bloqueando as ruas na frente do Ato, enquanto uma tropa da vinha ao fundo do ato com escudos, por volta das 20h40, a tropa que estava com escudos começou a empurrar algumas manifestantes, um dos policiais agrediu uma moradora de rua que procurava defender as manifestantes, conforme relato abaixo e imagens, que desmente o que a assessoria de imprensa da PM declarou para a Folha de São Paulo: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2017/07/1902402-protesto-estudantil-contra-reducao-de-passe-livre-em-sp-tem-confusao.shtml
Após cerca de meia hora uma ambulância do SAMU chegou para socorrer a moradora que estava ferida, uma das manifestantes seguiu com a moradora para o hospital, e o Ato seguiu para a Prefeitura.
Na frente da Prefeitura houve um jogral, convocando para um Debate: Os cortes no transporte público -> https://www.facebook.com/events/1874424532877877/
O ato dispersou por alí, enquanto um bloco de manifestantes seguiu para o metrô Sé, por lá houve um catracaço, manifestantes e jornalistas foram fortemente agredidos pelos seguranças do metrô, conforme as imagens abaixo comprovam.
Uma manifestante desmaiou na plataforma sentido Barra Funda, os seguranças se negaram a acudir, um jornalista teve sua câmera destruída por um segurança que a lançou longe.
Enquanto isso outros dois seguranças perseguiam um rapaz negro que aderiu à manifestação já na Prefeitura.
O rapaz tendou descer a escada rolante para a plataforma Jabaquara, quando foi golpeado por um dos seguranças e caiu no final da escada, já rendido recebeu dois chutes na cabeça quando então desmaiou, notando a presença da câmera os seguranças o algeram e arrastaram desacordado para um canto ao lado da escada.
Quatro manifestantes foram detidos e liberados algumas horas depois.
Segue relato do que ocorreu por G., uma das agredidas:
"Eu estava na função de verificar se estava tudo bem na frente e na parte de trás do ato, chegando no fundo do ato, a polícia estava pressionando e empurrando os estudantes que estavam na faixa para fora da calçada, e junto com os estudantes estava presente também uma moradora de rua, M., que estava gritando para os estudantes levantarem a faixa, os policiais vieram para cima e eu me opus dizendo para eles terem calma, porque ela era uma mulher. Nisso, um dos policiais que
estavam no cerco me deu uma escudada e a moradora de rua se irritou e se colocou na frente gritando que não sairia dali. Os PMs deram outra escudada na gente, quando de repente um dos agentes que estava atrás dos escudos sacou o cassetete e bateu na cabeça da mulher com muita força, começou a jorrar muito sangue da cabeça dela.A mulher entrou em estado de choque, deu alguns passos para trás e segurou na minha mão, ela caiu no chão e não reagiu mais. Conseguimos arranjar soro fisiológico e gases, limpamos o sangue que havia caído no rosto dela e tentamos estancar o sangue que saía do ferimento na cabeça.
A polícia se negou a dar a identificação, estavam todos com jaquetas que cobriam seus nomes."Após o ataque policial, os manifestantes começaram a acionar o SAMU, a ambulância demorou cerca de 30 minutos para chegar ao local do ocorrido -viaduto 9 de julho-. Após a chegada do socorro, seguiram para o hospital Santa-Casa M. e D., acompanhando o atendimento.
Já no hospital, M. foi encaminhada para a emergência e a acompanhante não pôde entrar. Uma viatura com 2 policiais haviam acompanhado o SAMU e estavam no hospital para apurar o ocorrido.
Após 40 minutos, M. sai da emergência transtornada, ao ver os policiais entrou em estado de choque e não queria permanecer no local. D. a acompanhou até a Cesário Motta, onde mais viaturas foram acionadas e uma tentativa de imobilização foi tentada por um dos policias sobre M.
Queriam que ela prestasse depoimento, porém a mesma se recusava, transtornada falava aos policiais que os mesmos não fariam nada e que eles a haviam ferido, a lei.D. conseguiu a liberação de M., uma vez que não queriam dispensá-la sem que ela declarasse o ocorrido, realizou o registro da agressão policial junto a PM.
Durante a agressão, todos os policiais se negaram a prestar socorro a M. manifestantes solicitavam às agentes femininas que realizassem um primeiro socorro e checagem dos sinais vitais, as mesmas se recusaram. Não foi realizada abertura da ficha de M. no hospital."