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UFF remove ocupação de estudantes grevistas

Julho 11, 2012 - 00:00
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UFF remove ocupação de estudantes grevistas com ajuda da PM e PF nesta manhã de sábado, 07/07/2012.

Postado em diversas redes do facebook por alunos da UFF:

Nesta manhã de sábado, 07/07/2012, o Acampamento Libertário de Gestões Autônomas (ALGA) – ocupação de estudantes do Campus do Gragoatá da UFF (Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ)  que vinha sendo referência para atividades de greve, formação mútua, moradia, agricultura agroecológica e elaboração de novos parâmetros para a academia desde a deflagração da greve estudantil em 21/05 – recebeu duro golpe da reitoria e do governo Dilma. A Polícia Federal e a Polícia Militar juntas estiveram por lá com um caminhão da própria UFF e expulsaram os estudantes, não permitindo que recolhessem todos os seus objetos.

ESTAMOS TODOS PRONTOS PRA RESISTIR, DE UMA FORMA OU DE OUTRA, PORQUE SABEMOS DA ESCALADA DO AUTORITARISMO EM NOSSO PAÍS E NÃO VAMOS NOS FURTAR A COMBATÊ-LO. COM OS ATAQUES SUCESSIVOS AOS MOVIMENTOS SOCIAIS E CRIMINALIZAÇÃO DE ESTUDANTES EM DIVERSAS UNIVERSIDADES PELO PAÍS, DILMA MOSTRA QUE CHEGOU AO PODER PARA FAZER O MESMO QUE FIZERAM SEUS TORTURADORES UM DIA. NÃO PODEMOS ACEITAR QUE A BOÇALIDADE E A COVARDIA SE INSTALEM POR DEFINITIVO.

Hoje, os estudantes da UFF se juntam aos da UNIFESP (que foram presos e torturados pela PF há pouco tempo, em Guarulhos, SP), aos da UNILA (que foram atacados e presos em sua moradia estudantil em Foz do Iguaçu, PR), aos da USP (que foram expulsos por se manifestarem contra a reitoria, passando a ter um campus extremamente vigiado quanto à liberdade de expressão de sindicatos e movimento estudantil), aos da UNIR (que tiveram manifestantes perseguidos pela Polícia Federal até mesmo fora da universidade de Porto Velho, RO), dentre tantos outros que nossa mídia não conta nada. Na UFF, ninguém foi preso ou torturado até agora mas impedido de se manifestar, de se reunir, de construir um projeto estudantil para a universidade. Uma liminar solicitada pela reitoria à justiça assegura qualquer tipo de prevenção às manifestações, o que mostra o quanto nosso Judiciário colabora com a escalada do autoritarismo. Este é o sentido de um comunicado público emitido pela reitoria há pouco tempo no site da universidade e no e-mail interno, tratando de “medidas” que vêm sendo tomadas para prevenir supostas truculências de manifestações, impedimentos de acesso, ocupações etc. Com esta liminar, qualquer manifestação, a priori, pode ser enquadrada na situação que demande ação enérgica da polícia contra o movimento de greve.

O mesmo governo que não recebe os professores, servidores e estudantes em greve, que administra esse país na base do rolo, ataca quem lhe opõe, tem na mídia um aliado que se cala sem precisar de censuras maiores que as econômicas (o maior patrocinador da mídia corporativa é o governo federal). Nós não podemos permitir que a universalização do ensino superior público seja baseada na queda proporcional de sua qualidade histórica, um ataque que o PT quer fazer para render estatísticas e popularidade entre um segmento da população que sempre sonhou com o acesso ao ensino superior. Ampliar o acesso assim é fazer demagogia cara! Da mesma forma, o ataque sofrido pelo Acampamento Libertário de Gestões Autônomas (ALGA) na manhã de hoje entrará para a história do movimento estudantil da UFF e do país como apenas o começo de um processo de resistência glorioso, o qual corresponderemos à altura dos ataques que sofrermos. Sem medo de ser feliz e longe da água de salsicha que deprime a tantos, que promove genocídios, que se pensa imbatível e eterna, a luta continua!

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