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Niterói-RJ: Aldeia Imbuhy sofre mais uma ação de despejo pelo exército brasileiro

Niterói-RJ: Aldeia Imbuhy sofre mais uma ação de despejo pelo exército brasileiro

Dezembro 07, 2015 - 00:00
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Segunda-feira, 07 de dezembro, o exército brasileiro iniciou a demolição de 19 das 29 casas que restam na Aldeia Imbuhy, que deverá ser concluído até a próxima quarta-feira. Em já foram junho 3 casas onde moravam apenas senhoras idosas, mas, desde a década de setenta que as forças armadas vêm se empenhando para expulsar as famílias que vivem no local há mais de dois séculos, pelo menos 70 anos antes da proclamação da república e 80 anos antes da conclusão da construção do forte Imbuhy.

As 5 horas da manhã começa a chegar o contingente de 2000 militares equipados com armas, caminhões, retroescavadeiras, helicópteros, lanchas na área costeira e câmeras. Foi também nesse horário que a sentença que autoriza o despejo foi publicada no diário oficial.

A partir das 8 horas da manhã, junto com a chegada de oficiais de justiça, os militares cercaram as casas a serem demolidas, enquanto trabalhadores de empresas de mudança retiravam os pertences dos moradores.

Muitos moradores tentaram retirar o que podiam de suas casas, como telhas, janelas, madeirames dos telhados etc., pois tudo isso seria derrubado em algumas horas. Um jovem se acidentou na tentativa de retirar uma janela, sendo levado por uma ambulância.

Para saber um pouco mais da história da Aldeia Imbuhy, acesse os artigos anteriores:

Cine SOS Caiçaras na praia do Sossego em Niterói

Famílias sob ameaça de remoção em Niterói – Resistência Aldeia Imbuhy e Caiçaras do Sossego

O clima era de tal desespero diante de todo o aparato militar, que uma senhora chegou a tentar suicídio com uma faca, mas seu irmão ao perceber a situação, pulou a janela que dava acesso à cozinha e impediu que sua irmã se cortasse.

Para esta segunda-feira, 13 das 19 casas estão sendo demolidas, as restantes sofrerão o mesmo processo na próxima quarta-feira. No entanto, segundo relato de moradores, os militares, com a anuência de oficial de justiça, tentaram demolir uma vigésima casa, da Sra. Mara Neusa de Carvalho, que não se encontrava na listagem judicial, porém, devido a intervenção de moradores, vizinhos e a ameaça de denúncia, os mesmos reconheceram o equívoco e desistiram.

Uma das 19 casas é a do presidente da associação de moradores da Aldeia do Imbuhy - AsMAI, Ailton Nunes Navega Júnior, que tem sido um dos principais defensores da Aldeia, enfrentando o comando militar da região. O seu pai, o Sr. Ailton Nunes Navega de 97 anos, que sempre viveu no local e construiu com suas próprias mãos a casa e os móveis da família. Ailton, retirou o seu pai antes da chegada dos militares para que ele não visse a demolição.

gn="left" alt="" hspace="10px" src="sites/default/files/Aldeia%20Imbuhy%20-%2020151207%200737.jpg" width="350" />Ailton também sofreu diversos ataques pela internet nas últimas semanas. Montagens usando sua foto, além de uma comunidade do facebook, foram criados com a intenção de denegrir a sua reputação através de um conteúdo bastante ofensivo e desmoralizante. Um dos 'memes' criados com esta intensão, afirmava que ele estaria sendo beneficiado com o processo de remoção e que a casa dele seria a única a permanecer, no entanto, a casa de Ailton foi uma das primeiras a serem desocupadas neste dia.

Moradores denunciaram que oficiais do exército tentaram intimidar àqueles que filmavam a operação, inclusive, questionando se eram moradores ou não.

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