Rio de Janeiro-RJ: remoção na comunidade do horto tem resistência
Nesta segunda-feira, dia 7 de novembro, a Polícia Militar foi à comunidade do Horto, no Jardim Botânico, para cumprir uma ordem de reintegração de posse. Famílias, que já ocupam a área há desde que o parque foi criado, seriam obrigados a deixar suas respectivas residências a mando da prefeitura para ceder o local para o setor privado. Uma das principais beneficiárias da região é a Rede Globo.
O dia todo houve grande resistência por parte tanto de moradores da comunidade quanto de apoiadores da causa, que foram de todos os pontos da cidade apoiar a luta. Havia uma manifestação marcada para as 17 horas na Cinelândia contra a PEC 241 e a reforma do ensino médio, porém o protesto não ocorreu pois os manifestantes foram com urgência para o Jardim Botânico juntar-se ao ato de resistência.
A manifestação foi brutalmente reprimida pela Polícia Militar, que utilizou bombas de gás lacrimogêneo e violência para conter a multidão. Os manifestantes seguiram fazendo pressão até de noite.
Na ação, mais uma família foi removida e a casa destruída. Um aparato gigantesco policial foi utilizado na operação. Várias pessoas foram agredidas e ficaram bastante feridas, precisando serem hospitalizadas.
Ainda existe ameaça de remoção amanhã no Horto. A população pretende resistir e várias pessoas estão se solidarizando contra a opressão do estado.
O Rio de Janeiro vem passando por uma série de remoções desde 2009. Mais de 100 mil famílias já perderam as suas casas. Os argumentos para as remoções geralmente foram os megaeventos (Copa do Mundo e Olimpíadas) e questões ecológicas. No entanto, as comunidades removidas estão sendo cedidas para grandes empreiteiras e servindo à especulação imobiliária.
O Horto, localizado em uma das regiões mais valorizados da cidade, com um dos metros quadrados mais caros do mundo, é mais um caso de remoções de comunidades pobres e/ou tradicionais em benefício de grandes empresas e empresários.
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