Rio de Janeiro-RJ: caos e greve: ato unificado marcam o panorama político do estado
A mobilização unificada entre trabalhadores da educação (EPE, FAETEC, UEZO, UENF, CECIERJ e UERJ) e outras categorias (como saúde, DETRAN), no ato que marchou do Largo do Machado até o Palácio da Guanabara, nessa quinta-feira dia 16 de março, marca o atual momento de crise do estado do Rio de Janeiro.
As reivindicações são diversas, mas de forma geral denunciam uma seletividade no orçamento do Estado, que alega não ter recursos para arcar com o orçamento público, mas realiza grandes obras, como as em andamento para as Olimpíadas e concede isenção fiscal para empresas. De 2008 a 2013 o Rio de Janeiro deixou de arrecadar 138 bilhões de ICMs de empresas de diversos setores
Fonte foto: Página do Facebook "Pezão abandonou minha escola"
"Essa montanha de dinheiro para beneficiar empresários seria suficiente para pagar cinco anos e três meses de vencimentos ao funcionalismo, já incluindo o 13º salário. Esse cálculo tomou por base a folha de pouco mais de R$ 2 bilhões, paga em janeiro, segundo o Caderno de Recursos Humanos da Secretaria estadual de Planejamento." (fonte: Mídia Informal)
No setor da educação a crise vem se manifestando na terceirização dos serviços auxiliares, como limpeza e segurança e no atraso no pagamento do salário de terceirizados e professores - denuncia a professora N. S,. do Colégio Estadual Olavo Bilac, de São Cristovão:
"As escolas de modo geral estão muito precarizadas... desde questões estruturais até questões financeiras pelas quais os professores brigam. Mas a questão estrutural é muito ruim. A gente se encontra sem serviços básicos como porteiro, limpeza... porque são limpezas terceirizadas que não estão sendo pagas. Além do que...situações de contas básicas, como telefone, luz, tem sido um problema no estado. Então as questões estruturais têm atrapalhado muito nosso trabalho."
A péssima infraestruturas das escolas estaduais chegou a ser tema da mobilização de secundaristas, em São Gonçalo (São Gonçalo-RJ: Estudantes secundaristas do Rio do Ouro ocupam rodovia em protesto). Para além dos colégios, escolas técnicas e nas universidades vem enfrentando situações similares.
A Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), por exemplo, está com o bandejão fechado e os funcionários da limpeza e manutenção vem recebendo seus salários atrasados desde o final do ano passado.
A Escola Técnica Estadual de Teatro Martins Pena é outro exemplo. Seus estudantes encontram-se sem transporte e alimentação, além de faltarem professores para várias disciplinas - conta o estudante R.N., que participou da intervenção artística, realizada por estudantes da Martins Pena em frente a ALERJ, denunciando o caos na educação.
Outras categorias, como os servidores da saúde, também denunciam o processo de privatização do sistema público através das Organizações Sociais de Saúde (OSS) (http://www.contraprivatizacao.com.br/).
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