Niterói-RJ: Ato dos estudantes secundaristas ocupa Centro
Nesta quarta-feira, dia 02 de março, estudantes da rede estadual de ensino do estado do Rio de Janeiro se unem à luta dos professores por melhores condições na qualidade da educação pública, marcando manifestações à partir das 7 horas da manhã.
“Durante uma conversa dentro de sala, os alunos se questionaram, como que a gente poderia ajudar a paralisação dos professores? Ai a gente começou a puxar um ato para chamar os alunos para irem para a rua.” - Estudante do CE Aurelino Leal
Acompanhamos os estudantes de Niterói que marcaram protestos em vários pontos da cidade. Entre eles o Colégio Estadual Aurelino Leal, CE Liceu, CE Macedo Soares, CE Almirante Tamandaré, CE Fernando Magalhães, CE Manuel de Abreu, CE Alcina Rodrigues Lima, Instituto de Educação Professor Ismael Coutinho-IEPIC, CE Baltazar Bernadino, CE João Brasil, que se uniram pelo centro da cidade em passeata. Além desses, os colégios CE Alcina Rodrigues Lima, o CIEP 448 e o CE Rodrigues Briggs fizeram uma outra passeata em Itaipú.
“a gente na escola está sem material, a gente não tem porteiro, a gente não tem funcionários, a gente não tem merenda, a gente não têm nada mais. […] a gente gasta o dinheiro que não tem em xérox […] a gente não tem papel higiênico, a gente não tem comida. A gente está no fim e a gente quer mostrar que a gente precisa disso, porque não dá mais.” - Aluna do IEPIC."
Estudantes reclamaram da precariedade das instalações dos seus colégios, falta da merenda, falta de luz, falta de funcionários para fazer a manutenção e de professores em algumas matérias, além de apoiarem a pauta dos professores como a melhoria dos salários e do direito a greve.
“um problema que está na sala da 3005 em que não tem o interruptor, então quando a gente vai acender ou desligar a luz, pode tomar um choque e tal. A gente foi reclamar com o diretor e disseram que não tem verba nem para isso.” Aluna do CE Aurelino Leal.
“teve caso aqui ano passado em que a hélice de um dos ventiladores caiu sobre um aluno. Isso não dá mais!” - Aluno do CE Aurelino Leal
Estudantes denunciaram que os diretores de alguns colégios tentaram dificultar a participação deles nos protestos. Segundo muitos estudantes do CE Aurelindo Leal, o diretor disse que só iria fazer a recarga do cartão RioCard se os alunos entrassem no colégio, atrasando a saída da passeata. “Quando chegamos na escola o diretor, para fazer com que isso não acontecesse, esse nosso ato, ele falou que só quem ia carregar o RioCard era quem fosse para dentro da escola ter aula, sendo que a maioria dos professores estão na paralisação no Rio.” Disse uma aluna do colégio.
Estudantes do Colégio Liceu, localizado ao lado da Câmara de vereadores da cidade, conseguiram informar a outros alunos na passeata que a direção estava impedindo que eles saíssem mesmo sem aulas, impedindo assim, que se unissem a passeata. Sendo assim, a passeata seguiu em direção ao colégio para pressionar a liberação dos alunos.
Questionada pelos estudantes da passeata, a direção da escola argumentou que estes estavam tendo aula, mas pelas janelas da escola os alunos do Liceu denunciavam que estavam sem aulas e estavam “presos”, pois a direção impedia a saída. Uma aluna gritou da janela: “Estão nos prendendo, fecharam todas as portas!” enquanto estudantes gritavam do lado de fora: “eu… e-eu… liberdade pro Liceu!”
Os estudantes que seguiam na passeata decidiram se distanciar indo em sentido às Barcas pela Av. Amaral Peixoto na esperança de que indo embora a direção do Liceu liberaria os alunos. Mais a frente, pararam e esperaram os alunos do Liceu, enquanto alguns poucos retornaram para avisá-los de que a passeata os esperava, e foi o que aconteceu! Logo que a manifestação saiu da vista do Liceu, os alunos começaram a ser liberados aos poucos, e logo em seguida se uniram a passeata.
O destino seguinte foi a Regional da Secretaria de Estado de Educação, SEEDUC, na rua José Clemente. Lá fizeram protesto pela qualidade do ensino. Representantes da Secretaria se colocaram à frente da entrada. Os estudantes cobraram um posicionamento da SEEDUC e estes responderam que só poderiam conversar com apenas 5 estudantes em sala reservada dentro da Secretaria. Os estudantes disseram que qualquer conversa deveria ser feita com todos os presentes e que em vez de subirem que estes poderiam responder ali mesmo, na parte externa, onde já estavam.
Negada pela Secretaria de Estado de Educação o pedido de posicionamento sobre a situação da educação, os estudantes seguiram em direção às Barcas para encerramento do ato.
Muitos ainda seguiram para o Centro do Rio de janeiro para participar da assembleia dos Professores do Estado na Fundição Progresso na Lapa, onde decidem pela continuação da greve. Às 15 horas também ocorreu uma grande passeata dos Servidores do Estado com massiva participação dos profissionais de ensino e estudantes.
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"a gente está aqui para isso, para dizer chega! Chega do estado ter esse descaso com a educação. A gente não vai mais deixar fazerem isso. Niterói está em luta. Os secundaristas, completamente independentes, vão estar lutando agora pela melhoria na qualidade da educação!“
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