Uma distopia nem tão distópica
Ainda podemos chamar Neuromancer de distopia?
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Ainda podemos chamar Neuromancer de distopia?
A ditadura empresarial-militar argentina tinha começado pouco mais de dois anos antes, com o golpe de Estado de 24 de março de 1976. Isabelita Perón, que presidia o país desde a morte do seu marido, Juan Domingo Perón, em 1974, foi deposta pelas forças armadas (como explica especialmente bem o historiador argentino Felipe Pigna aqui).
“Essa greve aí? Isso não vai dar em nada! Pessoal tem é que trabalhar. Não muda nada, pessoal fala que vai parar aí quando você vê é só meia dúzia de gato pingado. E com a situação difícil que tá esse país, você acha mesmo que vai mudar alguma coisa? E tem outra, a gente não tem nem patrão pra reclamar, porque os donos mesmo da Uber não ficam no Brasil. Eu não acredito numa saída não. Sabe como é, trabalhador de aplicativo não tem sindicato, o negócio é trabalhar, não tem muita saída não. No grupo ninguém tá confiando muito nisso aí e é isso.
Nesse sentido, o filme Bacurau (direção de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dorneles) é fundamental politicamente nesse momento, além de ser uma obra-prima da sétima arte. O filme se constrói justamente na contramão dessa perspectiva imediatista e mostra o quanto a questão do tal “pacifismo político” do povo brasileiro é uma falácia.
A ocupação Aqualtune resiste há mais de 3 anos no meio de um bairro elitizado, em Pinheiros. Além de ser a casa de famílias constituídas por crianças, idosos, mães solteiras e pessoas com problemas de saúde, a ocupação transformou um edifício que estava abandonado há 8 anos em um espaço cultural e educativo.
Lá são realizados eventos como saraus, peças de teatro e, desde o ano passado, existe no local um cursinho popular pré-universitário.
Pedimos ajuda para divulgar ao máximo essa situação alarmante e repassar essas informações pra contatos de mídia.
Buscando enxergar além das poucas e rasas análises da mídia corporativa e convencional sobre os incêndios na região amazônica, este vídeo busca jogar luz sobre o que realmente move a destruição da Floresta Amazônica e de todo o planeta e pra onde vamos a partir daqui.
Este vídeo é a primeira colaboração entre Antimídia e Facção Fictícia, coletivo que redigiu o texto.
Assista no Vimeo:
https://vimeo.com/388092738
Manifestação
A paralisação da educação do dia 15 de maio foi marcada inicialmente contra a reforma da previdência, mas após os cortes serem anunciados pelo governo, a pauta da educação foi incorporada gerando ainda mais apoio entre a população. A estimativa é que, juntando todas as cidades em que houve protestos, milhões de pessoas tenham ido às ruas nesse dia 15. É o maior ato de rua registrado desde as manifestações pró e contra o impeachment, em 2015.
A reforma institui uma idade mínima para aposentadoria de 62 anos para as mulheres e 65 anos para os homens, além de tempo mínimo de contribuição de 20 anos para os homens e 15 anos para as mulheres. Servidores terão contribuição mínima de 25 anos.
O dia de mobilização começou pouco antes das 6 horas da manhã. Diversos trancamentos foram realizados em pontos estratégicos da cidade. A Linha Vermelha e uma via expressa de São Gonçalo foram fechadas com barricadas, enquanto a Marquês de Paraná, em Niterói, a Leopoldina sentido Centro e a descida da ponte Rio-Niterói na altura do INTO eram trancadas por manifestações. Estima-se que tenha causado um impacto de cerca de 45 km no trânsito da cidade, além de aumentar o tempo de travessia da ponte Rio-Niterói para mais de uma hora.
Primeiramente, é preciso entender a linha de liberdade econômica defendida pelo governo. Paulo Guedes e Weintraub trabalham na defesa de um projeto político que garante cada vez mais poder econômico, político e social às instituições e empresas privadas em detrimento do setor público. Por que isso é ruim? Bem, instituições privadas servem aos interesses de quem as comanda.
O Victor Jara, cantor popular e lutador social de grande destaque, é talvez o personagem mais simbólico de todo um esforço de parte do povo chileno pra que a mulher e o homem comuns, sem posses, pudessem decidir os rumos do país, das suas vidas. Pra que as crianças da classe trabalhadora tivessem como horizonte a felicidade de um dia-a-dia em que a poesia seria um trabalho e o trabalho seria uma poesia. Pra que as crianças pobres fossem o sol desse belo horizonte, cultivado a cada dia. O pão de cada dia feito com o fermento da luta popular.
Os cartazes, faixas e gritos eram contra os cortes de verba para as universidades públicas de institutos federais de ensino técnico. O corte pode impedir o funcionamento de diversas instituições de ensino a partir da metade do ano. Também houve manifestações contrárias à reforma de previdência proposta pelo governo.
O protesto foi pacífico.